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Ao New York Times, Lula diz que Brasil negociará como “um país soberano”

Tarifas de 50% impostas por Trump sobre produtos brasileiros entra em vigor em dois dias.

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 Presidente Lula nega baixar a cabeça para Trump/Foto: Ricardo Stuckert/PR

A dois dias da entrada em vigor das tarifas de 50% impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre produtos brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista ao New York Times, que o Brasil não aceitará “baixar a cabeça” nas negociações e que atuará como um país soberano, independente de pressões políticas.

“Na política entre dois Estados, a vontade de nenhum deve prevalecer. Precisamos sempre encontrar um meio-termo. Isso não se consegue estufando o peito e gritando sobre coisas que não se pode realizar, nem abaixando a cabeça e simplesmente dizendo ‘amém’ a tudo o que os EUA desejam”, disse Lula ao jornalista Jack Nicas.

O presidente criticou a possível relação das tarifas com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentar um golpe de Estado após perder as eleições de 2022. “Se as tarifas foram aplicadas por causa do julgamento do ex-presidente, então os consumidores brasileiros e norte-americanos vão acabar pagando mais caro por alguns produtos. Acho que a causa não merece isso”, afirmou.

Sem diálogo com Washington

Lula revelou que o governo brasileiro tem tentado abrir canais de negociação com os EUA, mas sem retorno. “Designei meu vice-presidente, meu ministro da Agricultura, meu ministro da Economia, para que cada um possa conversar com seu homólogo. Até agora, não foi possível”, disse. Segundo ele, foram realizadas 10 reuniões com o Departamento de Comércio americano, além de uma carta enviada em 16 de maio, sem resposta. “A resposta que recebemos foi pelo site do presidente Trump, anunciando as tarifas sobre o Brasil. Espero que a civilidade retorne à relação Brasil-EUA.”

China fora de disputas

Lula também ressaltou que o Brasil não entrará em uma Guerra Fria entre os EUA e a China. “Temos uma relação comercial extraordinária com a China. Se os Estados Unidos e a China quiserem uma Guerra Fria, não aceitaremos. Não tenho preferência. Tenho interesse em vender para quem quiser comprar de mim, para quem pagar mais”, reforçou.

Sobre a relação entre política e comércio, Lula criticou a postura americana: “Se ele (Trump) quer ter uma briga política, vamos tratá-la como uma briga política. Se ele quer falar de comércio, vamos sentar e discutir comércio. Mas não se pode misturar tudo.”

Fonte: Com informações da Agência Brasil

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