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Gerson de Melo Machado, jovem de 19 anos, morto após invadir a jaula de uma leoa, em João Pessoa, na Paraíba, teve a vida marcada por abandono, diagnóstico tardio de esquizofrenia e sonhava em ir para a África para domar leões.

A conselheira tutelar Verônica Oliveira, que acompanhou o jovem desde os 10 anos de idade, afirmou que ele era atendido pelo Conselho Tutelar desde quando fugiu de um abrigo no interior do estado.

A mãe de Gerson, também esquizofrênica, perdeu a guarda dos cinco filhos. Eles foram encaminhados à adoção, mas apenas Gerson não foi adotado.

Verônica contou que viu o jovem pela primeira vez após ter sido levado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) ao Conselho Tutelar. Devido ao seu estado de vulnerabilidade, ele passou a integrar a rede de proteção de infância.

A conselheira comentou ainda que o maior sonho do jovem era ir para a África domar leões. Durante diversas conversas, ele repetiu o desejo de realizar a viagem. Gerson chegou inclusive a entrar escondido no trem de pouso de um avião, que ele acreditava ir para a África, após cortar a cerca do aeroporto.

Gerson teve diversas passagens pela polícia e centro socioeducativo. Ele havia sido preso por danificar caixas eletrônicos, mas foi solto na última sexta-feira (29). Mas logo depois ele foi detido por apedrejar uma viatura da Polícia Militar. Testemunhas afirmaram que ele queria ser preso por estar com fome e não ter onde dormir.

A administração do zoológico informou que iniciou ainda neste domingo a apuração para esclarecer as circunstâncias do caso. Informou ainda que o local segue todas as normas técnicas e de segurança e manifestou solidariedade à família da vítima.